Quando temos a infelicidade de ficarmos desempregados, os nossos governantes incentivam-nos a criarmos o nosso próprio emprego através de alguns programas de Instituto Nacional do Emprego e outros. Dizem que há fundos da União Europeia para nos iniciarmos, basta apresentar um projecto.
Tudo isto não passa de tretas, e digo-vos porquê:
- se formos recém-licenciados ou se trabalhamos à poucos anos, com certeza que não temos o capital necessário para avançar com o dito projecto e criarmos uma empresa;
- se não tivermos dinheiro é muito difícil criarmos seja lá o que for;
- se formos pedir um crédito à Banca, dificilmente nos será concedido a não ser que tenhamos conhecidos no Banco e tenhamos um muito bom avalista (estes encontram-se por ai aos pontapés);
- para apresentarmos o dito projecto, temos de ter já empresa constituída, licenças, alvarás e tudo pronto a funcionar. Isto quer dizer que já ganhamos o euro milhões e que ultrapassamos as dificuldades financeiras, tendo sido possível pagar todos os custos de Finanças, Registo Comercial, Conservatória, etc., etc., etc.;
- só depois destes requisitos é que poderemos entregar o projecto para análise e que ao fim de três supostos meses nós darão uma resposta: Sim ou Não;
- se a resposta for não, não há fundos. Acabamos de criar a empresa e os fundos seriam essenciais para nos iniciarmos. O que acontece? Ou nos desenrascamos contando com a ajuda do euro milhões ou então desistimos;
- e durante a criação da empresa e da constituição do projecto, se quisermos obter alguma informação junto das entidades supostamente competentes, pois, como é claro, existem muitíssimas dúvidas, para obtermos qualquer informação o que acontece é que ou ninguém sabe de nada ou então temos que pagar!
Agora pergunto eu: tanta preocupação com OTAS e TGV’s, mas nenhuma preocupação com os problemas que assolam o nosso país, como a crise do desemprego!
Por isso pergunto, que País é este?
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